A Secretaria da Saúde da Bahia admitiu nesta terça-feira que o estado pode ter uma nova epidemia de dengue este ano. O alerta foi feito pelo chefe de gabinete, depois de confirmado esta semana um novo tipo da doença: dois homens foram diagnosticados com dengue tipo 4 em Salvador.
Os homens que foram infectados são moradores dos bairros de Tancredo Neves e Cosme de Farias e já estão curados. Esse tipo de dengue nunca havia sido registrado na Bahia.
A Bahia é o segundo estado do Nordeste que confirma a presença da doença. Na semana passada, o Piauí registrou seu primeiro caso, em uma adolescente de 17 anos, moradora de Teresina. A dengue tipo 4 foi identificada inicialmente em Roraíma, em julho do ano passado.
Nesta terça-feira, durante uma coletiva à imprensa, o Secretário Municipal da Saúde disse que o trabalho de prevenção não para em Salvador.
- Trabalhamos o ano todo porque o mosquito também atua o ano inteiro. O que nós fizemos foi intensificar o trabalho nas áreas onde ocorreram os casos e tentar estender a toda a cidade - diz Gilberto José, Secretário Municipal da Saúde.
Em toda a Bahia - de janeiro até o último dia 12 - foram notificados 9.584 casos de dengue. Três pessoas morreram, nas cidades de Jequié, Madre de Deus e Porto Seguro. No mesmo período do ano passado foram registrados 11.679 casos, com quatro mortes.
A Secretaria Estadual da Saúde, que pede empenho da população para combater o mosquito e não descarta o risco de uma epidemia.
- É provável que possa ocorrer epidemia, então a nossa luta é trazer à população novamente a proposta da atitude, do agir perante a dengue - destaca Washington Couto, chefe de gabinete da Secretaria Estadual da Saúde.
Além da Bahia, já foram confirmados casos de dengue tipo 4 no Piauí, Roraima, Amazonas e Pará.
Até seu reaparecimento em Roraíma, o vírus da dengue tipo 4 havia ficado 28 anos sem circular no país. Todos os sorotipos causam os mesmos sintomas, como dor de cabeça, dores no corpo e articulações, febre, diarreia e vômito. Mas o Ministério da Saúde alerta que a população brasileira não tem imunidade contra o DEN-4, aumentando o risco de epidemia, caso ocorra dispersão para outros estados. A presença do novo tipo aumenta ainda a possibilidade de uma pessoa ser infectada novamente, evoluindo para a dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença. Informações G1 / Foto Wilson Novaes.